quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Jogo de poder travestido...

Faço esta reflexão partindo de um comunicado pelo qual a CNBB convida todos os seus fieis a votarem em candidatos que sejam contra a legalização do aborto, e deixa claro que não se deve votar em nenhum candidato do PT por este ter adotado, em seu plano de governo, o esforço de legalizar o aborto. O texto da CNBB está aqui: http://www.cnbbsul1.org.br/arquivos/defesavidabrasil.pdf

Refletindo sobre o assunto baseado no texto da CNBB:
Porque legalizar o aborto? O que está por trás de tudo isso?
O poder é responsável por manter a sua lógica de dominação. E no texto da CNBB, "A Contextualização da Defesa da Vida no Brasil", mostra-se o movimento do poder mundial destacado por duas fundações Norte Americanas.
A regulação de natalidade é uma exigência para o poder manter a sua estratégia de dominação. E o texto da CNBB retrata esse movimento.

Para ganhar as eleições o PT assumiu o compromisso de pôr em prática o que o governo do PSDB não conseguiu, e este governo já cumpria a pauta imposta pelos grandes grupos norte-americanos.

Outra pergunta que me faço é: por que tanto interesse por parte da Igreja Católica em impedir que os planos dessas fundações sejam postos em prática? A igreja está realmente defendendo a vida, defendendo o rebanho ou apenas aproveitando uma boa oportunidade pra se estabelecer como poder? Essa minha pergunta é relevante devido ao afastamento da igreja do âmbito social, se fechando numa postura conservadora para se proteger enquanto instituição. (Libanio 2000)

Escrevi isso pra mostrar que de nada adianta simplesmente escolhermos representantes do governo, pois, distante de seu eleitorado, eles governarão de acordo com as necessidades políticas do poder dominante e, como é o caso atual, sucumbirão às exigências da economia de livre mercado.
Se queremos participar da democracia precisamos fazer mais do que apenas escolher nossos candidatos.

Saudações!

Resposta: Estado gera corrupção e pobreza, seja de direita ou de esquerda.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Matei Deus!

Foram anos de luta, preso a obrigação de adorá-lo sobre todas as coisas e obedecer suas ordens. Foi difícil mas consegui.
Depois de matá-lo fui em busca de um caminho, um norte, um rumo. Um fundamento que pudesse dar referência pra minhas ações.
Pensei em algo como garantir o bem estar da minha nação, minha família, meu clã, minha tribo, meus entes queridos. Tendo essa base mataria quantos fossem necessários para defender minha referência e para trazer tudo de bom para os que dela pertencessem. Mas notei que, durante uma guerra entre nações, poderia haver alguém do lado inimigo que pudesse pensar como eu e que só estava fazendo tudo aquilo para defender o que acha importante, seria uma batalha honrosa. Pensei então que poderia tentar negociar com ele a paz e trocar alguns itens que me sobravam e que poderiam servir pra ele e talvez ele poderia fazer o mesmo. Sabendo que há pessoas também nessa situação percebi que não bastava ter como base minha "família".
Pensei em ter como referência o repeito à diversidade, mas há certas diversidades que não dá pra aceitar: Uma outra pessoa que me explora por possuir mais bens que eu e deter os meios de produção do sustento da minha família. Tem coisa que não dá pra concordar.
Pensei em ter como referência os meio de produção, pois todos precisamos comer. Com isso eu quase roubei um banco, quase explodi a cabeça de muita gente que merece um fim trágico, quase virei um Hobin Wood. Mas pensei que a violência só gera mais violência e a repressão que viria depois desses atos prejudicaria muita gente e talvez causaria um retrocesso na democracia, daria argumentos para uma ditadura.
Pensei na dor como referência, porque todo mundo sente dor, seja física ou sentimental. Eu poderia ter ficado com a ideia de apenas sanar a dor dos meus queridos, proporcionando-lhes um bem estar maior, mas e os outros q também sentem dor? Tendo o sofrimento como referência não dava pra eu ignorar a dor de outros. Mas o que fazer? Vou passar minha vida só pensando na dor de todo mundo? Travei!
Preciso de uma referência que me faça agir e não que me trave. Preciso viver! Quero viver!Não só eu como todo mundo quer viver.
Pensei se é possível haver vida solitária. Percebi que tudo o que vive depende de uma complexidade de detalhes pra manter a própria vida, que nunca algo sobrevive por si só.
Acho que estou chegando perto de algo...
Lembrei da máxima que existe em muitas culturas e que na cultura judaico-cristã é representada pela frase “amar ao próximo como a si mesmo”.
Pensei: se quero vida pra mim, também devo querer vida pro meu próximo, é algo bem lógico e uma ótima moeda de troca. Mas lembrei que na sociedade humana não dá pra esperar por essa lógica, sempre haverá predadores.
Olhei para a vida na natureza e vi que em todo lugar onde há vida, há também sacrifícios, seja das plantas secas (mortas) que nutrem o solo com sua decomposição mantendo saudáveis as outras ainda vivas, seja um gnu morto por um leopardo caçando provendo alimento para suas crias.
O sacrifício nutre a vida que floresce.
Assim como fui alimentado e cuidado para ter vida, desejarei e lutarei pela vida, respeitando a máxima existente em várias culturas e, sendo assim, serei sacrifício ao invés de sacrificar.
Acreditarei que meu sacrifício não será em vão e que a vida persistirá. E acreditarei que meu exemplo contribuirá para que mais pessoas passem a cuidar umas das outras.
Quero a vida para meus queridos,
quero a vida para meu próximo,
quero a vida para meu inimigo.
Serei a folha seca e o gnu.
Alimentarei os que estão a minha volta.
A vida florescerá a meu redor.
Serei adubo. Ao pó voltarei.
E assim, mesmo depois do meu último sacrifício,
serei vida nova.

Deus é só uma palavra, distorcida e desgastada. Procuremos pelo mais sagrado, por aquilo que realmente importa.

Minha singela reflexão.

Resposta: O que gera vida não é a morte, mas a troca. E viva o Capitalismo sem intervenção do estado.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O QUE A LIBERDADE ESCONDE?
Algo tão desejado, tão buscado por todo ser humano que conhecemos. Algo tão defendido, tão cultuado, tão divulgado. O que realmente é essa liberdade que tanto buscamos?
Um dia desses estava lendo sobre a criação de um novo partido político, o LIBER, um partido libertário que defende radicalmente a liberdade, e que se denomina anarco-capitalista. Capitalismo é quase sinônimo de liberdade na nossa sociedade. O dinheiro nos permite tudo o que queremos ou pelo menos tudo aquilo que o tanto que temos pode comprar. Sem dinheiro não se vive... não se tem o que comer, onde morar, as relações ficam comprometidas, o respeito desaparece, vive-se quase como um animal.
O dinheiro é nosso herói! Vamos tê-lo o quanto mais pudermos!
E a corrida pelo dinheiro é a corrida pela liberdade, é a corrida pela vida digna.
Que outra opção temos? Que destino terei sem dinheiro? Preciso tê-lo também!
Tudo está atrelado ao dinheiro, mas de onde vem o dinheiro? Porque há momentos em que ele vale mais ou vale menos? Porque ele é tão volátil? Porque é tão difícil tê-lo? Porque tenho que trabalhar tanto pra tê-lo se ele é tão primordial pra minha existência? Porque tenho que vender minha vida pra conseguir algo que preciso pra mantê-la? Porque tenho que passar tanto tempo trabalhando pra poder sobreviver? Eu, assim como todos, estou desesperado na busca por dinheiro.

Preciso de dinheiro! Preciso de casa!
Preciso de dinheiro! Preciso me divertir!
Preciso de dinheiro! Preciso comer!
Preciso de dinheiro! Preciso de família!
Preciso de dinheiro! Preciso de conhecimento!
Preciso de dinheiro! Preciso ir e vir!

Mas o que é o dinheiro? De onde ele vem? O que acontece pra ele existir?
Pergunta complicada. Uma explicação que podemos dar é que o dinheiro se obtém pela venda da força de trabalho. Outra explicação seria pelo lucro obtido com a venda ou produção de algo por um custo mais alto do que o gasto para comprá-lo ou produzi-lo.
Mas há um grande problema nisso tudo. Um problema talvez ainda pior do que a exploração que existe quando se é obrigado a trabalhar pela própria sobrevivência ou pela sobrevivência das pessoas amadas. Quem nunca se submeteu a humilhação ou algo parecido no seu emprego por estar com o salário comprometido com o pagamento de necessidades? Pode-se incluir em necessidade tudo aquilo que desejamos ter, mesmo sendo coisas que talvez não fossem necessárias, mas o desejo se torna necessário. O problema maior é o esquecimento da finitude dos recursos materiais do nosso planeta, pois a fonte de todo esse dinheiro é a produção de mercadorias.
Mas quem é que liga pra isso? O importante é ser livre, é ter dinheiro no bolso. E pior que isso: ou eu trabalho, ou eu me submeto, ou não consigo viver. Mesmo se me importasse com as questões ambientais o que eu poderia fazer se preciso de dinheiro pra sobreviver, pra ter uma vida digna, pra gozar da minha vida! Vida se tem uma só, é preciso aproveitar, não dá pra se privar da única coisa que me possibilita desfrutar da vida ao máximo.

Ainda era adolescente quando me fiz uma objeção. Eu achava estranha a necessidade, que todos os países tinham, de pertencer à economia global. Se dizia não ser possível viver com uma economia fechada ao comércio exterior. Como eu achava absurda essas declarações! Como um país tão grande como o Brasil não teria capacidade de produzir seus próprios recursos.
E hoje vemos como países, que no passado devastaram seus recursos naturais, exploram os recursos de outros países e, mesmo diante de acontecimentos que já demonstram alterações profundas no eco sistema global, a economia continua fundada na exploração extrema dos recursos naturais em nome de seu crescimento contínuo.
E o que a nossa tão amada liberdade tem a ver com isso?

Só sei que quero o mínimo.
Quero viver com o mínimo.
Quero ter o necessário.

Não quero contribuir com isso.
Não preciso de coisas novas o tempo todo.
Posso concertar algo quebrado.

Não quero o último lançamento.
Quero apenas o necessário.

Mas o que aconteceria se muita gente fizesse como eu?
A nossa economia entraria em colapso? Muita gente ficaria desempregada? Haveria muita fome e tristeza?

Desejo liberdade! Mas também desejo o fim da destruição do meu mundo. Será que só valorizaremos a água encanada quando as torneiras secarem? Será preciso nós todos sentirmos na pele pra fazermos algo?
Desejo a liberdade, por isso cansei de consumir tudo o que desejo sem pesar sua necessidade.
Estou cansado de ser forçado a contribuir para a destruição da natureza em troca do que me é necessário para viver.

Resposta: O capitalismo é troca e o dinheiro apenas uma forma de medir essa troca. As grandes distorções na economia são causadas pelos governos. Troca não é escravidão, não é ruim, é compartilhar riquezas.